segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

LULA, ADEUS!

Está chegando ao fim o governo do Presidente LUIZ INÁCIO “LULA” DA SILVA, com uma das melhores marcas de aprovação popular na história deste país. Pesquisa Datafolha divulgada recentemente indica que para 83% dos entrevistados fez uma gestão ótima ou boa. Na opinião de 13%, foi um governo regular (na qual me incluo) e para apenas 4% foi considerado ruim ou péssimo.

Luiz Inácio Lula da Silva, nasceu em Caetés (Pernambuco) dia 27 de outubro de 1945, mais conhecido como Lula, é um político e ex-sindicalista brasileiro. Ele é o trigésimo quinto e atual presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerce desde o dia 1º de janeiro de 2003.

LULA, forma hipocorística de "Luís", é sua alcunha desde os tempos em que era representante sindical. Posteriormente, este apelido foi oficialmente adicionado ao seu nome legal para poder representá-lo eleitoralmente. É co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1990, foi um dos fundadores e organizadores, junto com Fidel Castro, do Foro de São Paulo, que congrega parte dos movimentos políticos de esquerda da América Latina e do Caribe.

Lula é o brasileiro que mais vezes se candidatou à presidência da República do Brasil, sendo candidato a presidente cinco vezes. Em 2006 ultrapassou Rui Barbosa, que se candidatou quatro vezes.

Com carreira política feita no estado de São Paulo, Lula é o único presidente do Brasil nascido em Pernambuco. Seu património pessoal, conforme declarado à justiça eleitoral por ocasião das eleições de 2006, foi avaliado em cerca de 840 mil reais, hoje já atingiu um valor infinitamente maior, fruto de intermediações milionárias e com conhecimentos privilegiados, segundo afirmam diversos jornais. Mas na Argentina a presidente também aumentou mais de sete vezes a sua fortuna durante o seu mandato e já era milionária antes, o que demonstra que é prática comum à todos os presidentes latino americanos o enriquecimento inexplicável durante os seus governos - Lula não é o único, nem o primeiro.

Segundo a revista norte-americana Newsweek, Lula se encontrava no fim de 2008 no 18° lugar das pessoas mais poderosas do mundo, ocupando a liderança do ranking na América Latina. Em lista divulgada pela revista Forbes em novembro de 2009, Lula foi considerado a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Em ambas as listas, primeira colocação mundial é ocupada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Em 2009 foi considerado o homem do ano pelos jornais Le Monde e El País. De acordo com o jornal britânico Financial Times foi uma das 50 pessoas que moldaram a década pelo seu "charme e habilidade política" e também por ser "o líder mais popular da história do país." Para o Instituto Datafolha, Lula era a personalidade mais confiável dentre uma lista de 27, em pesquisa publicada no primeiro dia do ano de 2010.No Fórum Económico Mundial de 2010 realizado em Davos na Suíça recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial. Lula não foi pessoalmente receber o prêmio pois estava com pressão alta. No seu lugar foi escalado o chanceler Celso Amorim que leu o discurso de Lula, quebrando o protocolo de Davos, que diz que uma terceira pessoa não pode ler o discurso de outra.

Uma publicação do jornal Haaretz, com sede em Israel, feita em 12 de março de 2010, afirmou que Lula é o profeta do diálogo, por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio. A revista Time figurou Lula como um dos 25 líderes mais influentes do mundo em abril de 2010.

Também foi condecorado pela Organização das Nações Unidas como o Campeão Mundial na Luta Contra à Fome e à Desnutrição Infantil. Premiação que já foi entregue a Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.

Dilma Roussef, sua sucesora, afirmou que não descansará enquanto Luiz Inácio Lula da Silva não for um candidato ao Prêmio Nobel da Paz para o Brasil em 2011, em reconhecimento ao seu melhor cabo eleitoral.

Em 31 de outubro de 2010 a candidata governista à presidência, Dilma Rousseff, foi eleita à presidência sem nunca antes ter disputado uma eleição, fato que foi explicado por grande parte dos analistas pela transferência de votos de Lula, que teve segundo o Datafolha] seu governo aprovado por 97% dos brasileiros à época da eleição, 83% com nota boa ou excelente e 14% com nota regular. Assim, Lula tornou-se o primeiro presidente desde Getúlio Vargas a fazer o seu sucessor nas urnas ] e fez com que o PT se tornasse o primeiro partido desde a democratização a ficar no governo federal por três mandatos consecutivos.

Confira vídeo com a despedida do Presidente LULA ao final do seu Governo




Prestes a encerrar seus oito anos de mandato, o presidente LULA apresentou um extenso balanco da gestão e como era de se esperar, o relato manteve abundantes auto-elogios, algumas fantasias e nenhuma autocrítica.

Entretanto, qualquer observador atento e isento de partidarismo, poderá constatar que durante os dois mandatos consecutivos houve um saldo favorável.

Político intuitivo, apesar de semi-analfabeto, LULA descartou a tentação do manejo demagógico da economia e manteve a política econômica responsável iniciada por seu antecessor, colhendo frutos por essa sábia decisão.

No período a econômia cresceu 37,3% (média anual de 4%). As exportações do país triplicaram. A inflação caiu de 12,5% para 5,6% ao ano. A taxa básica de juros reais também cedeu (apesar da oposição dos banqueiros) de 15% para 6%. O desemprego foi reduzido pela metade. A dívida externa foi paga.

Seu governo foi beneficiado por um excelente contexto internacional favorável, que ajudou além do Brasil: China, Rússia, Índia, entre outros emergentes, apesar da crise de 2009. O formidável dinamismo da China (a futura grande potência mundial) puxou o crescimento das principais economias emergentes, que nestes oito anos se expandiram muito, mas muito mais do que o Brasil, que não teve a sorte de um governo mais atuante.

Ainda assim notável, o progresso obtido não pode ficar imune a críticas. LULA não soube aproveitar a imensa popularidade acumulada para promover reformas que tornassem a economia mais competitiva e o Estado mais eficiente, infelizmente.

Impondo à sociedade uma carga tributária superior a um terço do Produto Interno Bruto (a maior do mundo atualmente), o Estado não soube corresponder, prestando serviços péssimos em educação saúde e Infra-estrutura, apesar dos avanços, continuam a ostentar má qualidade, igualando tais serviços aos países mais atrasados do mundo.

Como não se podia esperar a qualquer administração petista, houve uma incrustação maciça de militantes na máquina federal, bastando ressaltar nesse sentido que os cargos de confiança aumentaram 50% desde a administração FHC, todos de militantes do PT, obviamente, custando aos cofres federais aproximadamente 33 bilhões de reais anuais, dinheiro que poderia ter sido revertido para a melhora dos serviços públicos, com a contratação por concurso público de pessoal realmente habilitado e não indicados.

Quanto aos costumes políticos, o desempenho foi deplorável. Para garantir hegemonia no Congresso, o governo utilizou expedientes escusos sob evidente beneplácito presidencial. O mais notório dos escândalos, entre dezenas de outros, o mensalão, foi a ponta visível de um iceberg de ilegalidades impunes, tornando o Brasil um dos mais países mais corruptos do mundo, onde impera a impunidade.

A Política externa foi orientada pelo elogiável intento de ampliar a autonomia do país e a sua influência no mundo. Sua consecução, porém, pecou por desnecessária proximidade com autocracias como Cuba e Irã e pela complacência para com outros violadores de direitos humanos.

Confira vídeo de ARNALDO JABOR sobre o fim do Governo de LULA



Tais ressalvas não empanam o maior êxito do governo LULA, expresso numa relevante melhora nas condições de vida dos mais pobres. Isso se deve ao próprio crescimento econômico, mas também a expansão dos programas de transferência de renda (que apesar de assistencialista e eleitoreiro, obtiveram bons resultados e reconhecimento internacional), do crédito popular (empréstimo consignado) e do aumento no salário mínimo, que continua, porém, ridículo, se comparado ao real preço da cesta básica e necessidades de subsistência de qualquer trabalhador brasileiro.

Em resultado, o estrato mais carente da população, aquele que recebe R$ 140,00 mensais per capita (e são milhões e milhões no Brasil), diminuiu de 33,3% do total em 2001 para 15,5% em 2008.

O petista, apesar de arrecadar mais, investiu em infra-estrutura tanto quanto o antecessor, FHC. Apesar do PAC 1 e 2, ambos os governos investiram o mesmo: uma média de 0,7% do PIB. Com o resultado de 2010, é provável, que finalmente LULA supere a média de FHC, mas por pouco. Ela passaria a 0,76%.

LULA, com o seu carisma e a sua inegável simpatia, despede-se do governo deixando saudade à grande maioria dos brasileiros, que agora miram a sua sucessora DILMA ROUSSEF, com a expectativa que a mesma continue o seu trabalho e, ainda, com a coragem de fazer todas as mudanças necessárias, tornando o BRASIL um protagonista no cenário internacional e trazendo ao seu povo qualidade de vida e amor e reconhecimento a este grande país, por tantos séculos abandonado a interesses de alguns poucos coronéis e grupos isolados (leia-se ACM, Sarney, Calheiros, Maluf e muitos outros).

Confira vídeo do primeiro discurso da presidente eleita DILMA ROUSEFF



Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, 19/12/10

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